quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Macquarie Bank - Sydney

O edifício onde hoje funciona hoje uma das sedes do Macquarie Bank faz parte de uma série de obras que transformaram a área conhecida por King Street Wharf. Entre um viaduto e a baía de Sydney e muito próximo do centro econômico da cidade, foi realizada uma espécie de "operação urbana" para potencializar o uso nos terrenos existentes, aumentando a densidade existente, mas limitando a altura do gabarito.




O projeto do escritório Fitzpatrick+Partners dividiu o edifício de 35.000 m² em dois blocos conectados por um átrio central, o mais alto (10 andares) é voltado para a cidade e o mais baixo (6 andares) tem vista para a baía. Esse desnível permite que o topo do edifício menor seja utilizado como um grande terraço.
A estrutural do edifício é totalmente separada da fachada, um grid de pilares metálicos em diagonal, e os painéis em vidro azul escuro recuados contrastam e servem de moldura para a estrutura branca destacando totalmente o edifício dos seus vizinhos.
O átrio central permite a entrada de luz natural e dá sensação de amplitude no primeiro andar para quem entra no edifício,  circulação entre os andares por escadas, reduzindo o uso dos elevadores.


Porém, edifício ficou mais famoso na Austrália pelo conceito como funciona. Praticamente não há estações de trabalho fixas, o conceito é chamado de Active Base Working (base ativa de trabalho) e é baseado em estudos individuais do funcionamento de cada empresa, considerando que muitos funcionários trabalham parte do dia fora atendendo clientes ou em reuniões dentro ou fora do escritório. Além da redução significativa dos postos de trabalho (no caso, em torno de 30%), outros ambientes são criados para privilegiar o trabalho colaborativo, o empregado na verdade possui um laptop e pode sentar-se onde estiver vago, intencionalmente ou não junto de sua equipe ou com outros funcionários de qualquer escalão da empresa.



A arquitetura de interiores é bastante diferente da maioria dos escritórios que conhecemos, muitas cores, texturas, ambientes bastante diferentes, cafés em cada andar, bastante estimulante para que o funcionário procure um lugar diferente a cada dia, um sistema interno parecido com o msn messenger o conecta com sua equipe de trabalho. O projeto é da empresa Clive Wilkinson Architects
O objetivo, além de integrar os funcionários que equivalem à população de uma pequena cidade (algo em torno de 3.000 pessoas) e criar um ambiente de trabalho menos monótono e mais criativo, é organizar e otimizar o espaço utilizado com o mesmo número de funcionários e assim reduzir seu custo de implantação e operacional. Somente em área de arquivamento de papéis foi economizado 78% da área necessária num escritório comum, já que os funcionários possuem apenas seu computador, um armário com tranca e são encorajados a não imprimir documentos, que consequentemente gerou uma economia de 53% em impressões.


Eu visitei o edifício em funcionamento e, sinceramente, sou bastante cético se esse conceito de trabalho realmente funciona. A impressão que tive, e nesse sentido o projeto convence, é de que o escritório serve como um showroom para o banco passar a imagem de vanguarda e modernidade para seus clientes.
Quando os outros escritórios da mesma empresa adotarem o mesmo conceito, mesmo em edifícios menos privilegiados, seus funcionários se sentirem satisfeitos e mantiverem a mesma produtividade, vamos saber se funciona.

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