terça-feira, 15 de novembro de 2011

National Architecture Awards


Estou sem postar faz algumas semanas, mas devo voltar ao normal na semana que vem, enquanto isso deem uma olhada nos premiados do National Architecture Awards da Australia de 2011.
O ultimo projeto que postei do Peter Stutchburry recebeu o premio de melhor projeto em estrutura metalica.

Artigo Architecture & Design

Artigo Australian Design Review

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sábado, 22 de outubro de 2011

Museu da Aviação em Cessnock - Hunter Valley

Estava com minha namorada em Hunter Valley e vimos de longe uns aviões e fomos até onde eles estavam decolando. Vi esse hangar e achei bem interessante, conforme ia chegando perto ia reparando nuns detalhes e é engraçado como boa arquitetura a gente reconhece, em geral um galpão desse tipo seria construído na quele formato de "casinha" e usariam paineis de Alucobond colorido pra dar um "tchans" e quem sabe escondendo o telhado com uma platibanda (se o project manager não cortar esse custo também por considerar como "desnecessário"). O primeiro escritório que trabalhei em Sydney fazia bastante edifícios industriais e era uma  dureza, até pra clientes dispostos a gastar mais na aparência do galpão.


Eu gosto do detalhe da calha da água de chuva, é o mesmo perfil metálico usado na cobertura, ao invés de se esconder o detalhe (e é um detalhe caro por conta dos cuidados e responsabilidades com impermeabilização) eles está elegantemente exposto, é uma solução técnica com qualidade estética.
Comentei do Alucobond, que é muito utilizado por aqui, praticamente um padrão de acabamento para galpões, e não dá pra deixar de observar que nesse caso todo material utilizado é bruto, realmente industrial, mas o hangar na verdade abriga o Museu da Aviação, não um depósito de equipamentos ou materiais. Seria de se esperar "materiais nobres", uma aparência mais "sofisticada", mas na minha opinião o arquiteto conseguiu o mesmo efeito com simplicidade e custo bem mais baixo, sem prepotência.

Mas não há como negar que o mais legal do hangar é sua estrutura, privilegiando o espaço, o grande vão e a maneira como sai do chão e se estende suportando a cobertura como se não houvesse apoio.
 Ao fundo a passarela fixada por cabos à estrutura, atravessando o galpão e conectando os dois mezaninos.
O interessante foi descobrir depois, por coincidência, que o arquiteto responsável pelo projeto é o Peter Stutchbury , arquiteto bastante respeitado aqui na Austrália e que já mostrei no Blog neste outro post

sábado, 15 de outubro de 2011

Beiral em Vidro Westfield - Sydney

Não sou muito fã de shoppings em geral e o novo Westfield no centro de Syndey não foge muito à regra com uma arquitetura um pouco confusa e muito interessada em chamar a atenção, talvez um dia eu escreva com mais detalhes sobre o projeto, vai servir mais como um guia de novos revestimentos do que propriamente arquitetura.
Eu poderia escrever sobre a integração do shopping com a cidade, a permeabilidade com o espaço público através de lojas que dão acesso a um calçadão, a conexão direta com outras lojas de departamento através de passarelas que cruzam ruas e etc. mas na verdade tudo isso já estava lá e é mais uma característica de como os edifícios australianos em geral se relacionam entre si e com as pessoas do que propriamente um mérito dessa nova obra, na verdade a existência desse conceito é que justifica o próprio alto investimento do empreendimento, e não o contrário.
Na verdade eu prefiro destacar esse beiral (marquise?) de vidro fixado por uma estrutura metálica muito leve, é um exemplo excelente de um detalhe muito bem resolvido no papel e executado com perfeição pelo construtor, possui uma boa dose de complexidade, mas a sensação é de algo extremamente simples e elegante!
É como se um fio costurasse a cobertura ao prédio, pra mim um partido interessante e que traz um pouco de alma à fachada, já que o foco desse shopping especificamente foi juntar as principais marcas de roupas num único lugar e trazer com exclusividade novas marcas para a Austrália.
Foi realizado um concurso para escolher o projeto, vencido pelo escritório John Wardle  Architects e desenvolvido em parceria com a Westfield Design & Construction e faz parte de um investimento total de AU$ 1.2 bilhões que ainda inclui um edifício de escritórios bem interessante ainda em fase de construção.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Conjunto Residencial em Randwick - Sydney

O terreno deste projeto do escritório Fox Johnston está localizado entre duas casas da virada do séc XIX tombadas pelo patrimônio histórico, entre essas duas casas havia sido adicionada uma construção irregular, que foi demolida e deu lugar a esse conjunto de 12 residências de 3 dormitórios. O projeto faz parte de uma iniciativa do governo para aumentar a densidade dos bairros mais centrais de Sydney mantendo edifícios históricos,  a mesma qualidade de vida e modificando ao mínimo o gabarito de altura, tarefa nada fácil para uma cidade que recebe cerca de 40.000 novos moradores a cada ano.
Para mim o mais interessante do conjunto é a sua implantação, dois edifícios longos com uma passagem de pedestre central que dá acesso individual a cada casa, o arquiteto se refere a essa disposição como um estábulo de cavalos, mas lembra bastante os conceitos urbanísticos do dinamarquês Jan Gehl no que se refere a criar espaços comunitários e passagens públicas menos agressivas, verdes e que privilegie o convívio fora da casa.
O espaço entre os dois blocos permite também melhor insolação, iluminação natural e ventilação cruzada em todas as casas, cada uma ainda tem um pequeno jardim que garante um pouco mais de privacidade ao pavimento térreo que é a área social, convívio e de serviço e ainda tem um quintal no fundo.
No primeiro andar estão os quartos e banheiros, e na cobertura cada casa tem o seu próprio solário, a famosa "laje" pra receber os amigos num agradável churrasco com pagode.


Vista do interior, o primeiro andar tem um recuo formando um terraço interno entre a sala de estar e a cozinha que permite ventilação e luz natural, lá no fundo está o pequeno quintal.
 Abaixo uma das casa restauradas no primeiro plano e o conjunto residencial ao fundo.

sábado, 8 de outubro de 2011

Design de Móveis - Jon Goulder

Uma colega de trabalho estava pesquisando mobiliários para um projeto e passou pelo site do designer australiano Jon Gouder, eu sinceramente conheço pouco sobre móveis australianos mas achei o trabalho dele bastante interessante.
Posso estar exagerando um pouco, mas essa cadeira me lembra bastante os mobiliários brasileiros dos anos 50 com a estrutura em madeira bastante elegante e escultural com o estofado colorido.


Essa escrivaninha também é bastante interessante, um móvel que caiu em desuso com a "invasão" dos computadores às casas e que passa a fazer sentido novamente com o próprio desenvolvimento tecnológico dos computadores pessoais, cada vez menores.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Tape Melbourne

Instalação muito legal na Fed Square em Melbourne feita pelo coletivo europeu Numen / For Use somente com fita adesiva e sem auxílio de nenhum software ou projeto. A montagem foi feita pelos artistas com ajuda de 14 estudantes.



O vão total da instalação tem 16 metros de comprimento e é o maior já executado pelos artistas com fita adesiva, o resultado final é tão resistente que suporta o peso dos visitantes que podem caminhar pela estrutura.
Mais informações aqui

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Residência em Phillip Island

A residência projetada por Barry Marshall do escritório Denton Corker Marshall para sua família em 1997 na verdade não lembra nada uma casa, mas sim, conforme o discurso do arquiteto, "um abrigo anti-aéreo". É também uma das edificações que mais se mistura com a paisagem de que tenho conhecimento, dificilmente ela pode ser identificada a não ser pela sua fachada principal ou pelo alto, e curiosamente construída bem antes do atual modismo de coberturas verde.

A planta da casa é uma tira voltada para o patio central, que entre os morros está protegido do vento (no litoral da Austrália em geral venta demais, principalmente no sul, onde o clima é frio e o vento mais ainda!), mas o que eu acho interessante é que a casa tem tanto a privacidade do patio como as vistas privilegiadas para a paisagem natural da ilha.

Esse quarto me lembra bastante o brutalismo paulista dos anos 60, mas a planta e a relação do concreto com a paisagem natural, sem projetos de paisagismo prepotentes com coqueiros e afins, me lembra mais alguma dessas casas de praia construídas no Guarujá ou litoral norte de São Paulo nos anos 70, basta trocar o piso de granito por uma cerâmica vermelha (não seria uma má ideia nesse caso) e móveis em alvenaria (esse detalhe eu dispensaria).

sábado, 24 de setembro de 2011

Painéis ripados de madeira

Esse é um detalhe bem legal que usamos num projeto, é um sistema para fixar ripas de madeira com uma espécie de "clip".

Por trás das ripas tem um quadro em estrutura metálica com perfis de fixação a uma determinada distância, dependendo do tamanho das peças de madeira. Monta-se essa estrutura e depois é só encaixar as ripas! Sem parafuso, prego ou cola.

É um detalhe muito rápido, limpo e bem acabado. Quem faz isso aqui na Austrália é a Woodform.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

5-9 Roslyn St. - Sydney

O edifício na rua Roslyn em Sydney foi construído num terreno estreito com área 197m², de esquina de frente  para um pequeno espaço público. Apesar da pouca área disponível o implantação e o entorno privilegia a perspectiva do edifício, dá a impressão dele ser maior do que realmente é.
O projeto é do escritório Durbach Bloch Jaggers e eles comentam no site deles que a escolha do material e a forma são uma referência ao bairro (Potts Point), à sua personalidade, não arquitetura, a forma justamente faz um contraponto aos edifícios mais tradicionais/históricos do bairro, as janelas em tamanhos variados e ligeiramente fora de alinhamento, último andar curvo com as aberturas iguais ás janelas e os detalhes construtivos refletem mais a diversidade e a criatividade de quem frequenta a região.


Gostei muito do detalhe da cornija em curva, fazendo a separação entre o revestimento cerâmico e a parede de concreto no térreo, não sei se dá para perceber bem na foto, mas tem um perfil metálico na ponta.
O edifício de quatro andares é basicamente comercial, com um bar/restaurante no térreo e espaços comerciais, inclusive o escritório de arquitetura, nos demais andares. A área total construída é de 620m².




Ok, a primeira impressão é "o cara copiou o Gaudí!" Pela forma orgânica, mas principalmente pelo revestimento de mosaico cerâmico (são três bem claros que criam uma textura muito bonita conforme a luz do sol ilumina a fachada), quem sabe se outros arquitetos ao longo do tempo tivessem se deixado influenciar por formas mais orgânicas e texturas como as de Gaudí e Hundertwasser nossas cidades um pouco mais descontraídas e a referência deixaria de ser tão óbvia.
  
 Terraço na cobertura