quinta-feira, 18 de agosto de 2011

American Express & KPMG - Sydney

Na mesma rua do Macquarie Bank ficam outros dois prédios interessantes, o KPMF e o American Express, os dois foram projetados por uma joint venture entre os escritórios COX e Crone Partners.
O KPMF possui 16 andares e 34.000m² construídos. O que acho bem interessante nesse edifício é ter brises protegendo sua fachada de vidro, e mais, brises diferentes em cada fachada!
Em geral todo projeto novo é "5 estrelas" em algum certificado de sustentabilidade e totalmente revestido em vidro, sempre com a história que o vidro é temperado, duplo, com camada de gás etc, etc... Não adianta insistir, persianas e cortinas resolvem o ofuscamento, mas só sombreando o vidro você consegue controlar o ganho térmico e ainda garantir luz natural indireta, só é desejável receber carga térmica diretamente na fachada se o seu revestimento foi projetado para usar esse calor através de inércia térmica, em geral não é o caso.


 Não tem como não perceber que áreas novas e apenas ocupadas por edifícios de escritórios ficam desertas nos fins de semana, eu particularmente acho mais vantajoso para o planejamento de um bairro prever outros usos como hotéis ou apartamentos, todos os restaurantes dessa área estavam fechados ou vazios, e outras áreas da cidade (mais turísticas) com fila nas portas.
 Por outro lado, acho impecável a execução desses edifícios, dá pra perceber como os detalhes são bem trabalhados e, independente do gosto, expressam a intenção do arquiteto.

O American Express é um edifício de 10 andares e 15.000m² construídos.
Por ser mais baixo e estar a sul do KPMG e a Leste do Macquarie Bank, os arquiteto tiraram proveito do sombreamento desses prédios e projetaram brises (ajustáveis) apenas nas partes mais altas a oeste e norte. Um detalhe curioso são as lâminas verticais da fachada leste, a grande fachada de vidro está voltada diretamente para um dos viadutos mais movimentados da cidade e essas laminas foram projetadas para evitar o reflexo da luz do sol na fachada e o consequente ofuscamento que poderia gerar aos motoristas.

Marquise da entrada
 KPMG ao fundo e o detalhe dos brises a partir da altura em que o Macquarie Bank não faz sombra. É legal reparar no alinhamentos dos edifício e os pilotis, a calçada é protegida pelo edifício, mas o pé direito alto favorece a escala do pedestre, se tivesse metade dessa altura a perspectiva seria completamente outra.
 Gosto bastante da cor laranja e o contraste com o vidro escuro, mas achei esse painel do KPMG bem na frente ficou um pouco estranho, os dois edifícios foram projetados pelos mesmos escritórios e em épocas próximas, imagino que poderiam ter trabalhado melhor essa praça como um elemento comum de transição entre os dois prédios.
Como não poderia deixar de ser, uma casa original da região foi preservada como marco da história do local, infelizmente não encontrei mais informações como data, qual o uso atual ou no passado.
Uma área entre os dois edifícios foi mantida como praça de acesso, aqui na Austrália esse tipo de circulação é normatizado é calculado pelo número de pessoas que frequentam o local.

  Detalhe do viaduto e das lâminas que evitam o ofuscamento dos motoristas, elas são bem espassadas, mas desse ponto da pra ter uma ideia como em perspectiva elas quebram a reflexão do fachada.

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