quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

One40Willian - Perth

Projeto da Hassell,escritório em que trabalho que ficou pronto em Perth na West Australia.
São 36.000m² de para escritórios e 6.000m² de lojas e praça de alimentação, o edifício foi construído sobre uma estação de metrô e o contexto da implantação é de edifícios históricos e (obviamente) tombados numa rua de comércio bastante tradicional da cidade.
Não sei se vocês se impressionam com a escala desses projetos, mas aqui na Austrália são tantos interesses particulares, públicos, urbanos, arquitetônicos e construtivos desde os primeiros estudos de viabilidade, masterplan, aprovação do projeto em N instituições além da prefeitura... um empreendimento desses demora anos para chegar no projeto executivo, é uma verdadeira missão!
Mais detalhes AQUI

Drew House - Seventeen Seventy

Descobri o escritório Anthill Constructions por acaso, fazendo pesquisa de materiais para um projeto em que estou participando, no fim das contas não tem nada a ver com que eu procurava, mas gostei demais dos projetos que eu vi!
Gosto muito de estudar técnicas construtivas, detalhamentos e acho que é preciso ter muito talento para ser criativo usando materiais técnicas e materiais industrializados, essa casa foi praticamente toda construída em Brisbane (próximo aos fornecedores e serviços) e numa e montada no terreno próximo a Grande Barreia de Corais a 500km de distância.
A casa foi projetada para a artista  fotográfica australiana Marian Drew que sempre teve como hábito viajar com a família e acampar próxima a área de Seventeen Seventy (nordeste de Queensland). O conceito principal da casa foi criar uma sensação de "camping de luxo", mantendo o máximo de contato com o entorno com o conforto de uma residência de veraneio.

A casa é organizada em três blocos, dois de dormitórios (separando as áreas íntimas) e um central de convívio conectados por um deck coberto. Dessa forma, a implantação favorece a dinâmica da casa em relacionar áreas internas e externas.
A foto no banheiro é um dos trabalhos de Marian


 Montagem dos pavilhões, dividir a casa em partes menores sem dúvida foi uma estratégia para permitir seu transporte até terreno.

 A cobertura do deck é feita por duas estrutura idênticas de madeira conectadas por uma telha metálica auto-portante. Outra vantagem da casa ser construída fora do canteiro é minimizar ainda mais a agressão ao entorno.
  

  A casa ainda usa aquecedor de água solar, painéis fotovoltáicos e captação de água de chuva.
Gosto bastante desse detalhe abaixo, da estrutura por onde corre a janela e se estende para fora da casa, lembra muito o trabalho do Glenn Murcutt, aliás, residências, materiais pré-fabricados, sustentabilidade... Acho que já demorou demais para eu escrever um post sobre ele.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Christchurch - Nova Zelândia

Estive na Nova Zelandia nas minhas ferias e passei por Christchurch.
A cidade sofreu uma série de terremotos em fevereiro e mais tarde em dezembro de 2011, a área mais afetada pela destruição foi o centro da cidade, principalmente os edifícios antigos. O centro está isolado e todos os edifícios afetados tiveram de ser abandonados por risco de desabamento, se você olha pela janela de um bar ou restaurante consegue ver tudo deixado para trás como se o terremoto tivesse acabado de acontecer.

Os trabalhos para reconstruir os edifícios estão bem adiantados, mas é um trabalho de restauro bastante delicado e demorado, muitos dos edifícios estão escorados ou com estruturas provisórias, torres que tombaram estão sendo re-construídas ao lado dos prédios e aguardando a estrutura ser reforçada para serem recolocadas. É muito interessante passear pelas ruas e ver a cidade renascer. Mais informações AQUI
Ainda no centro da cidade, em uma grande área que foi demolida, criaram um projeto que de alguma forma também simboliza o renascimento da cidade, o Re:Start é uma área comercial e de eventos de rua construída com containers e que atrai novamente as pessoas (principalmente turistas) para uma tradicional rua da cidade, arquitetura muito interessante, simples e que permitiu o reuso da área em tempo recorde, os contaiers ainda sem alteração chegaram dia 29 de agosto e em outubro o comercio foi oficialmente inaugurado.

O projeto é temporário, mas muito bem planejado e executado dentro das suas limitações de tempo e custo, os containers e suas cores chamam bastante a atenção dos turistas e as lojas criam bolsões de convívio com cafés e áreas de descanso, iniciativas desse tipo mostram o potencial de reconstrução da cidade e ajudam a cidade a recuperar sua auto-estima.


Empolgado com a idéia dos containers, o dono de um restaurante que foi afetado e fechado no centro conseguiu aprovação na prefeitura e reabriu seu restaurante na versão "comida para viagem" no terreno de um amigo que estava "disponível" em um outro ponto da cidade. Conversei com ele e o processo todo entre a idéia, projeto, aprovação e construção demorou 2 meses, e foi um alívio, pois o restaurante era sua única renda e ele não teria a menor condição de reconstruí-lo em outro lugar ou aguardar que o edifício interditado fosse liberado em curto prazo. Bem ou mal o simpático proprietário ganhou bastante visibilidade e tem bastante história para contar, do lado de um hospital, numa avenida cheia de hotéis e uma área residencial, o restaurante é um sucesso!