quarta-feira, 13 de julho de 2011

Novo Campus UTS - Sydney


Faz parte do programa de educação continuada para todos arquitetos registrados participem de palestras, visitas a obras, cursos de fornecedores de materiais e eventos que contam pontos. Por causa disso toda semana algo acontece na cidade e mesmo quem não é registrado mas quer se manter atualizado (meu caso) participa dos eventos.
No último dia 07/07 participei de uma visita guiada às obras da reforma do campus da University of Technology of Sydney. A UTS, como comentei no post do projeto do Frank Gehry, tem um plano em execução de investir AU$ 1 bilhão em 10 anos para modernizar seu campos, os projetos que fui visitar fazem parte desse mesmo plano diretor.

Primeiro visitamos as obras para o Salão de Eventos da Universidade, projeto do escritório DRAW.


A proposta para o salão busca trazer luz natural para dentro do espaço existente e criar contato com o espaço externo com a abertura de um balcão para o gramado do campus. Para tornar mais interessante a geometria regular do estrutura de pré-moldado existente, a mesma que existe no resto do edifício, o arquiteto propõe um elemento único que reveste as paredes e o forro como uma "manta", segundo ele "o edifício da faculdade é definido pela repetição de elementos de produção em massa e que a nova proposta celebra o avanço tecnológico da customização em massa e a riqueza da experiencia que vem com esse avanço".
Cada painel, apesar de ser formado por peças triangulares que se repetem, possui perfurações diferentes. Os painéis foram modelados utilizando o plug-in Grasshoper no Rhino e depois digitalizados num software especializado de manufatura para que sejam impressos individualmente, havia um protótipo no salão e a qualidade do acabamento é impressionante, esse tipo de detalhe só é possível ser feito dessa forma, ou alguém aí se dispõe a cotar e detalhar dezenas de painéis únicos sujeitos a revisão e imprecisão?
A forma do painel tem função de difusão e as variações de perfuração, além de estética, funcionam como absorção no tratamento acústico do ambiente.



O outro projeto que visitei já estava executado, é a Quadra de Esportes Multi-Uso, projeto do escritório PTW.

A obra consistiu literalmente numa escavação para a construção da quadra e salas multi-uso, evitando que a construção de um edifício ocupasse área livre valiosa no campus, mas criando um novo gramado sobre sua cobertura.
Durante a escavação, os arquitetos tiraram proveito das rochas existentes e as mantiveram expostas na periferia da quadra, um detalhe muito inteligente que junto com a enorme estrutura exposta dá identidade ao ambiente. A estrutura escultural lembra bastante a expressão do modernismo brasileiro, a habilidade da solução técnica resolve a arquitetura.
É interessante observar que um ambiente desse tipo em geral sofre acusticamente pelo grande volume e quantidade de superfícies reflexivas, porém, os painéis colocados sobre as paredes de bloco e da rocha exposta trouxeram muito equilíbrio à sala, o arquiteto explicou o projeto inteiro no meio da quadra e era possível compreender muito bem o que dizia, essa não é uma solução barata, mas cujo benefício sem dúvida compensa o investimento.
Outro detalhe legal é o taco usado para o piso da quadra, feito de bambu.






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