domingo, 12 de junho de 2011

Biblioteca em Surry Hills - Sydney



Surry Hills é um dos bairros mais interessantes e charmosos de Sydney, popular por ser residencial de baixa densidade e com arquitetura muito preservada, bem próximo do centro da cidade e principalmente pelos restaurantes e bares que se estendem pela Crown st. É o tipo de vizinhança que atrai artistas, designers e arquitetos, não por acaso muitos escritórios se estabeleceram na região e os bares se tornaram ponto de encontro.
Na Austrália a biblioteca tem função de centro comunitário e além do acervo impresso ou multimídia (e internet grátis) oferecem todos os tipos de cursos e palestras que atraem os moradores, cada bairro tem a sua com um perfil diferente e moldado pelo interesse dos moradores.




Em Surry Hills a biblioteca era muito pequena que não conseguiu acompanhar as mudanças e valorização do bairro, cada vez mais rico culturalmente, em 2004 foi discutida a necessidade de se construir um novo edifício que pudesse abrigar um acervo melhor e servir mais pessoas. Em 2005 o escritório FJMT venceu a concorrência para desenvolver o projeto da nova biblioteca, os moradores foram consultados e definiram as diretrizes que deveriam ser seguidas para o novo projeto, o edifício ficou pronto em 2009 com um custo aproximado de AU$ 16 milhões





Umas das condições seria criar um edifício que servisse de referência em sustentabilidade para outros novos edifícios, algo que deixasse uma marca na cidade. Sem dúvida um assunto que é moda hoje em dia, mas que é compreensivo pelo ponto de vista do poder público, um edifício desse porte é planejado para durar entre 50 e 100 anos e é mais inteligente investir mais dinheiro num projeto mais caro que reduzirá sensivelmente o gasto com manutenção e o consumo de energia já que a prefeitura é quem arcará com essas despesas ao longo de todos esses anos. A população aqui compreende e exige esse tipo de postura do governo.







O programa é distribuído em 4 andares, no térreo e no subsolo estão sala de leitura e acervo, no primeiro andar as salas comunitárias e eventos e no segundo andar a área infantil e creche.
Em parte do terreno foi criada uma pequena praça que destaca o edifício, principalmente por revelar a fachada de vidro com as plantas, a transparência nesse caso tem função de convidar as pessoas ao edifício, por isso o sala de leitura está no térreo e o acervo "escondido" no subsolo, mas com passagem pelo átrio de pé direito triplo onde estão as plantas, uma escada escultural que indica o acesso. Os outros dois andares são mais protegidos do público.



Painéis de célula fotovoltáica produzem energia complementar que pode contribuir em até 6 horas diárias.
A água da chuva é coletada na cobertura e armazenada em um tanque de 62 mil litros, 100% essa é usada (e re-utilizada) nos banheiros e em irrigação.
O ar é coletado em uma abertura no alto do edifício e cruza a fachada envidraçada (sul), uma espécie de "átrium verde" onde está plantada a vegetação que naturalmente filtra o ar, que depois é conduzido no subsolo onde passa por um labirinto de concreto que funciona como um radiador retirando o calor do ar, que resfriado cruza todos os andares do edifício, esse sistema reduz em 50% o uso de ar-condicionado.
Os brises na fachada principal possuem sensores que "seguem" o Sol protegendo a fachada da radiação direta e permitindo a iluminação natural.












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